//FERNANDO PESCIOTTA// Jornalismo e autocensura



Circula em grupos de mensagens e em redes sociais uma carta aberta dirigida ao jornal O Globo com queixas sobre a ausência de notícias sobre a “calorosa e frutífera” viagem do presidente Lula à França – encerrada nesta segunda-feira, quando Lula desembarcou em Brasília.

A carta cita os vários eventos que as autoridades sas montaram para Lula, a iluminação da Torre Eiffel com as cores da bandeira brasileira celebrando a visita e os vários acordos fechados e investimentos no Brasil anunciados. O jornal não deu nada.

A TV 24 fez ampla cobertura da visita de Lula, incluindo um balanço geral levado ao ar no sábado, com entrevistas de especialistas para analisar o resultado prático da presença de Lula no país.

Não é só O Globo. A imprensa brasileira, que fez críticas à total nulidade da gestão anterior nas relações exteriores, gostaria de festejar a viagem do presidente brasileiro desde que não fosse Lula. Isso fica claro, e isso não é jornalismo.

A mesma imprensa que abre espaço para discussões um tanto distorcidas sobre direito de livre expressão, muitas vezes em clara propagação de crime, deveria fazer uma autoanálise antes de olhar para a casa do vizinho.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: [email protected]


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