//FERNANDO PESCIOTTA// O poder em péssimas mãos



Quando um prefeito usa sua “polícia” para ajudá-lo a agredir um jornalista, como fez o corajoso alcaide de Serra Negra, confirma que prefeituras não podem ter “polícia”, pois elas acabam se transformando em grupos de jagunços a serviço do seu senhor. Em geral, mau senhor.

Ocorre o mesmo em todas as escalas de poder. Quando um presidente da República acha que o Exército é seu, quer que os soldados sejam jagunços para perpetuá-lo no poder.

Foi o que aconteceu com o genocida que estava no Planalto. E quem diz isso é um comandante militar que recusou as ordens criminosas.

Em depoimento ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, visto na Corte como “esclarecedor”, o ex-comandante da Aeronáutica Carlos de Almeida Baptista Junior disse que Bozo atuou para impedir que Lula assumisse a Presidência após a eleição de 2022.

Ele ainda confirmou que Bozo foi advertido pelo então comandante do Exército, Freire Gomes, de que seria preso se tentasse dar o golpe. Corajoso que é, fugiu para os EUA.

Curioso que prefeito e presidente agiram igual e se apoiavam. Não falha uma, estão sempre juntos os golpistas.

Outro exemplo de poder em péssimas mãos é Trump. O constrangimento que fez ar o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, é só mais uma prova de que o imperador laranja não merece ser nada mais do que jogador de golfe na Flórida, ou numa prisão federal, pois também tentou um golpe em ação que custou seis vidas. 

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: [email protected]


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