//OPINIÃO// Liberou geral. O vírus agradece


Carlos Motta

O decreto da Prefeitura de Serra Negra que libera o funcionamento do comércio e serviços na cidade a partir de 1º de junho indica que o Executivo cedeu às pressões da "elite empresarial" local e trocou o enfrentamento técnico da pandemia do covid-19 pelo jogo político.

Mais: reabrir comércio e serviços quando o vírus começa a se espalhar para as pequenas e médias cidades do Interior, como Serra Negra, é jogar uma pá de cal em todo o esforço que a prefeitura vinha fazendo para não permitir que a cidade sofresse grandes danos com a doença.

Basta que uma só pessoa contamine um barbeiro, uma cabeleireira, uma atendente de loja, por exemplo, para que dezenas de outras pessoas sejam infectadas pelo novo coronavírus.

Essa é a realidade que o mundo está vivendo - esse é o enorme perigo proporcionado pela ausência do isolamento social rigoroso.

As centenas de restrições, normas e regras impostas pelo decreto do Executivo aos comerciantes e prestadores de serviços tornam, por si só, impraticável o cumprimento do texto. 

São tantas as exigências - necessárias, diga-se - que poucos, pouquíssimos, conseguirão atendê-las ao pé da letra. E, não o fazendo, estarão sujeitos a pesadas punições - a cassação do alvará de funcionamento de seu estabelecimento é uma delas.

Há ainda um gravíssimo problema nesse decreto cheio de detalhes e minúcias: quem será responsável pelo seu cumprimento, quem vai fiscalizar as centenas de pequenos negócios da cidade">Neste caso e nestes dias, infelizmente, para o mal.

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